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  • Foto do escritorGuto Martinez

A Nobre Vega Sicília

Projetos da legendária vinícola espanhola seguem os passos da casa mãe


Poucas vinícolas ocupam uma posição tão destacada no mundo quanto a Vega Sicilia, que se tornou não apenas um ícone entre os vinhos espanhóis, mas também é considerada uma lenda do mundo do vinho. Fundada em 1864 sob influências de produtores recém-chegados de Bordeaux, Vega Sicilia é a grande responsável pela perenidade da produção em Ribera del Duero, com vinhos de refinamento único.


A reputação da Vega Sicilia vem de uma história de busca por qualidade que a destacava numa região dominada por vinhos medianos, sempre surpreendendo pela altíssima qualidade. Não à toa, a vinícola determina o período em que os três vinhos que produz estagia em barricas: o Valbuena 5 leva, como diz o nome, cinco anos para ser comercializado; o Unico leva "o tempo que for necessário", segundo a vinícola - as safras de 1982 e de 1968 foram lançadas juntas em 1991, por exemplo; e o raríssimo Reserva Especial, classificado com 97 pontos pelo Guía Peñin e que chega a ficar trinta anos amadurecendo, sendo feito apenas para clientes especiais.


Adquirida em 1982 pela família Álvarez, a vinícola iniciou um processo de expansão logo em seguida, com a fundação da Alión em 1986, uma vinícola que buscava trazer modernidade à região. Não à toa, a partir dos anos 1990, os tintos de Ribera del Duero, com o protagonismo da Tempranillo (ou Tinto Fino, ou Tinta del País), começaram a cair no gosto mundial e trazer mais atenção à região. O projeto foi tão bem sucedido que sua primeira safra já integrou a lista dos "100 Melhores Vinhos do Mundo" da publicação Wine Spectator. Seus vinhos passam por estágios mais curtos em barricas quase exclusivamente novas, e possui um estilo considerado mais moderno.


Outro importante passo tomado pela Vega Sicilia foi a aquisição, em 1993, da vinícola Oremus, uma legendária produtora de Tokaji cujas origens remontam ao século XVII. Descrita como "excepcional" por Hugh Johnson, a casa produz um surpreendente branco seco com a Furmint, o Mandolás, uma excelente demonstração de como as novidades podem surgir até mesmo das regiões mais tradicionais.


Mais recentemente , dois projetos espanhóis da Vega Sicília demonstraram a crença de que outras regiões espanholas têm muito potencial para desenvolvimento: na região de Toro, por exemplo, ela produziu o Pintia, cuja primeira safra já foi apontada por Robert Parker como o melhor vinho ali produzido, recebendo 95 pontos na sua famosa classificação.


O outro projeto envolve uma joint venture entre dois dos maiores nomes do mundo do vinho: no ano de 2009 a Vega Sicilia criou com a Maison Lafite-Rothschild, na região de Rioja, a Macán, um dos projetos mais aguardados dos últimos anos, cujo objetivo é descrito por Ignacio Calvo, seu Diretor-Geral, como uma busca por um vinho de altíssima qualidade, mais elegante e menos propenso aos modismos e com o mesmo padrão de qualidade que ambas as casas podem oferecer. Não se trata de um mero resgate ao passado, mas a consciência de que é possível fazer um vinho de altíssima qualidade e refinamento com uma técnica extremamente apurada - algo que a Vega Sicilia faz com maestria.


A tendência destes novos projetos da Vega Sicília é de alcançar um patamar de qualidade igual ao da casa original, trazendo prestígio e refinamento para as regiões onde ela se aventura, e mais opções de qualidade para quem busca os melhores vinhos, com a garantia de quem soube manter um padrão elevado mesmo através de tempos de mediocridade na sua terra natal.


Notas de Degustação


Tokaji Furmint Mandolás 2012

Branco seco elaborado na Hungria pela Vega Sicilia, apresenta desde os aromas uma grande intensidade, com complexidade que leva desde aromas cítricos e herbacidade a notas amanteigadas e de amêndoas tostadas. A boca mostra generosidade, opulência e frescor, com notas de frutas cítricas interpostas de maneira agradável. Destaque para a persistência, longa e que finaliza em um sabor levemente tostado muito agradável. Um grande branco!

Preço: US$ 49.90


Macán Clasico 2011 - Rioja

Um vinho de cor violeta intensa com unha de envelhecimento, tem aromas de frutas vermelhas e negras com suave fundo de tabaco, baunilha e anis, já com aromas terciários presentes. Em boca, sua primeira impressão é de alguma austeridade, já que as frutas não trazem quase nenhuma sensação de açúcar residual. Os taninos são bem acabados e marcantes, o que concede mais potência ao paladar persistente, que finaliza em uma ligeira sensação de azeitonas pretas. Embora seja classificado como um vinho "moderno", a sensação é de um clássico revisitado.

Preço: US$ 119.50


Macán 2010 - Rioja

Primeiro resultado palpável ao público deste projeto tão aguardado, recebeu na sua primeira safra 93 pontos de Robert Parker, o que já demonstra seu potencial de evolução. O nariz apresenta maior destaque às frutas vermelhas e um ligeiro mineral, além de terciários mais marcantes. A boca traz mais complexidade, um toque ligeiramente mais notável de açúcar, mas com acidez elevada, ligeira picância e final longo ligeiramente mais frutado. Um vinho que demonstra potencial de envelhecimento e muita elegância na sua potência!

Preço: US$ 199.50


Pintia 2011 - Toro

Elaborado na emergente região de Toro, sua safra de 2003 foi escolhida pelo jornal "El Mundo" como o melhor vinho produzido em Toro. Apresenta coloração violeta com menor envelhecimento notado. Seus aromas demonstram grande intensidade, decorrentes das condições extremas de seu local de plantio, trazendo aromas de frutas negras maduras, com especiarias que vão de baunilha a pimenta preta. A boca, como é esperado, tem intensidade e potência, mas com toques aveludados - a melhor descrição foi dada por Steven Spurrier: um punho de aço em luvas de seda. Como diz o Diretor da Vega Sicilia, Don Anronio Menendez, o Toro foi domado!

Preço: US$ 145.50


Alión 2011 - Ribera del Duero

Um dos vinhos mais premiados da Espanha, Alión é um clássico que representa mais que a região de Ribera del Duero, sendo um ícone espanhol. A coloração violeta ainda indica vivacidade, que no nariz é facilmente indjcada pela presença de frutas negras maduras, baunilha, anis, mentolado bem marcado, aromas terciários, todos bem concatenados contribuindo a uma bela complexidade. A boca traz intensidade de uma forma mais generosa, cuja potência é notada, mas sem o "susto" trazido pelo Pintia, por exemplo. Persistência invejável e potencial gastronômico elevado fazem deste um vinho muito desejado!

Preço: US$ 182.50


Tokaji Aszú 5 Puttonyos 2005

Um vinho de sobremesa bastante complexo e completo, merecedor de 93 pontos para Robert Parker. A coloração amarelo-acastanhada, que lembra calda de caramelo, é acompanhada de nariz que traz abacaxi caramelizado, notas de biscoito amanteigado e cocada queimada. A boca demonstra bastante equilíbrio entre o teor de açúcar e a acidez, com uma longa persistência e final limpo. Um símbolo da sofisticação de Tokaji!

Preço: US$ 155.90



A importação dos vinhos Macán, Alión, Pintia e Oremus fica a cargo da Mistral.

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