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13 de setembro, Dia da Cachaça: história, valores e o que torna essa bebida tão nossa

  • Foto do escritor: Guto Martinez
    Guto Martinez
  • 2 de set.
  • 3 min de leitura

Destilado que é sinônimo da alma brasileira tem um dia histórico para ser comemorado

 

Por Guto Martinez

 

Cachaça, patrimônio brasileiro (Foto: Datastock)
Cachaça, patrimônio brasileiro (Foto: Datastock)

A cachaça é mais que um destilado: é símbolo da cultura, da história e da identidade brasileira. Produzida exclusivamente no Brasil, a partir do caldo fresco da cana-de-açúcar fermentado e destilado, é considerada patrimônio nacional e reconhecida em todo o mundo como uma bebida autêntica e única.

 

Suas origens remontam ao século XVI, quando os primeiros engenhos de cana começaram a fermentar o caldo que, até então, era destinado apenas à produção de açúcar. Desde então, a cachaça nunca mais saiu da mesa e da vida dos brasileiros.

 

O dia 13 de setembro foi escolhido porque ele marca o Dia da Cachaça por um episódio histórico ocorrido em 1661 no Rio de Janeiro. A Coroa Portuguesa havia proibido a produção e comercialização da cachaça, tentando proteger o mercado do vinho e da bagaceira portuguesa. Mas os produtores locais se revoltaram contra a medida, num levante que  ficou conhecido como a “Revolta da Cachaça”. Assim, no dia 13 de setembro de 1661, a Coroa acabou cedendo e revogou a proibição, autorizando oficialmente a fabricação e venda da bebida no Brasil. Desde então, essa data passou a ser lembrada como a vitória da cachaça e dos produtores brasileiros — e foi oficializada em 2009 pela Câmara Setorial da Cachaça do Ministério da Agricultura como o Dia Nacional da Cachaça.

 

O que diferencia a cachaça do rum

Embora seja comum compará-la ao rum, a cachaça tem características próprias que a tornam única:

  • Cachaça – feita a partir do caldo fresco da cana-de-açúcar, sem passar pelo processo de transformação em melaço. Isso garante notas mais frescas, herbais e frutadas.

  • Rum – geralmente produzido a partir do melaço, um subproduto da fabricação do açúcar, resultando em uma bebida mais adocicada e caramelizada.

  • Aguardente de cana – termo genérico para destilados de cana, mas a cachaça possui legislação exclusiva no Brasil, que regula teor alcoólico (38% a 48%) e padrões de qualidade.

Essa distinção foi reconhecida internacionalmente em 2012, quando os Estados Unidos passaram a aceitar oficialmente a cachaça como categoria própria, e não mais como “Brazilian Rum”.

 

Produção e relevância econômica

Em 2024, o Brasil produziu 292 milhões de litros de cachaça, quase 30% a mais que no ano anterior, demonstrando a força de um setor que emprega milhares de pessoas e movimenta a economia em diferentes estados.

 

Regiões de excelência

Algumas localidades ganharam fama pela qualidade de suas cachaças artesanais e estão associadas a uma espécie de “terroir” nacional:

  • Salinas (MG)

  • Paraty (RJ)

  • Chã Grande (PE)

  • Monte Alegre do Sul (SP)

  • Luiz Alves (SC)

  • Abaíra (BA)

  • Brejo Paraibano (PB) – região recentemente estudada e comprovada cientificamente como origem de cachaças premium, com 100% de precisão em análises de autenticidade.

 

Curiosidades culturais

  • A cachaça é a base da Caipirinha, nosso coquetel mais famoso no mundo.

  • Já foi chamada de “rum brasileiro” até conquistar reconhecimento internacional.

  • É a terceira bebida destilada mais consumida no planeta, perdendo apenas para a vodka e o soju.

 

Marcas que marcaram história

Tradição consagrada

  • Ypióca (CE) – a mais antiga em funcionamento (desde 1846).

  • Coqueiro (Paraty, RJ) – pioneira no certificado de qualidade oficial.

  • Salinas (MG) – reconhecida pelo envelhecimento em bálsamo.

  • Velho Barreiro (SP) – uma das mais populares do país.

  • Sagatiba (SP) – projetou a cachaça no cenário internacional.

  • Sapucaia (SP) – histórica, hoje também roteiro turístico.

Novas referências e tendências

  • Yaguara – orgânica, artesanal e muito elogiada por especialistas.

  • Leblon, Avuá e Magnífica – modernas, sofisticadas e queridinhas de bartenders.

  • Novo Fogo – sustentável, ligada a projetos de preservação da Mata Atlântica.

 

Um brinde à nossa cultura

Mais do que uma bebida, a cachaça é patrimônio cultural. Está nos bares, nas mesas de família, nos grandes coquetéis e nas celebrações populares. Em 2025, seu mercado global já movimenta cerca de US$ 1,5 bilhão, com previsão de ultrapassar os US$ 2,5 bilhões até 2033, mostrando que o mundo inteiro está cada vez mais pronto para brindar com o nosso destilado.

 

Neste 13 de setembro — Dia da Cachaça, a celebração é mais do que justa: é hora de reconhecer e valorizar essa bebida que traduz a história, a criatividade e o sabor do Brasil.

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