Produtor lidera busca da região por qualidade
Diversas regiões vitivinícolas de países do Velho Mundo passaram nos últimos anos por um processo de renascimento ou de reinvenção, com o resgate de técnicas, uvas autóctones antes comuns e que quase desapareceram, ou o aprimoramento e valorização do seu produto. Esse processo também passou por Portugal, e a região do Tejo parece ser uma das mais recentes a colher resultados positivos.
Chamada Ribatejo até 2009, essa cativante região portuguesa vem despontando no cenário vitivinícola graças a um grupo de produtores que decidiu investir em qualidade e juntos fundaram a Quinta da Lagoalva de Cima, surgida no século XVIII e cuja área atual de produção inclui 45 hectares de alguns dos melhores terroirs da região.
O ar de novidade dessa centenária vinícola passa pelas mãos de Diogo Campilho, um enólogo jovem, cuja formação passa por uma temporada de três anos na Austrália - não à toa, um dos melhores vinhos da vinícola é o Lagoalva de Cima Syrah.
As vinhas ainda passam por reconversão, de onde saem diversas apostas que promovem mais que uma mera releitura do que foi o Ribatejo, e que ajuda a criar a identidade da região do Tejo. Entre elas, a produção de vinhos brancos feitos com Sauvignon Blanc, Gewürztraminer e Riesling, assim como um tinto com Tannat no corte.
Outras apostas da vinícola são os vinhos feitos com uvas tradicionais, como a Alfrocheiro, recentemente resgatada pela vinícola, e a linha Lagoalva, uma linha de vinhos de entrada de excelente qualidade que, para nossa sorte, chega a preços bastante convidativos.
Em conversa com o enólogo, fica clara a intenção da vinícola de se tornar uma potência do Tejo, liderando um processo que já incluiu esta numa das regiões de melhor potencial para a produção de vinhos de qualidade. Se depender dos vinhos que temos acesso no Brasil, essa promessa já está sendo muito bem cumprida.
Notas de Degustação
Lagoalva Rosado 2016
Feito a partir da Touriga Nacional, é bastante frutado e refrescante, trazendo também um ligeiro mineral. Boa acidez, é bem refrescante e tem excelente relação custo/benefício.
Preço: US$ 18.90
Lagoalva Tinto 2015
Um corte de diversas castas portuguesas que busca mostrar a tipicidade das uvas na sua expressão do Tejo. As frutas vermelhas e negras são acompanhadas de alguma especiaria e um ligeiro aroma de resina. A boca traz vivacidade, com uma explosão das frutas e acidez em alta, dando potencial gastronômico. Um vinho descomplicado e ótimo para acompanhar uma grande variedade de pratos!
Preço: US$ 18.90
Barrel Selection Branco 2014
Um Sauvignon Blanc surpreendente! Aromas de frutas tropicais (pitanga) e florais, com o herbáceo pendendo para o alecrim, e um tostado muito discreto. A boca tem acidez e mineralidade à sobra, com um bom corpo e final agradável e limpo. Excelente!
Preço: US$ 69,90
Quinta da Lagoalva Vinha da Avó 2013
O corte de Syrah e Touriga Nacional traz aromas minerais (grafite), animais e frutas negras, com um defumado também notável. No paladar, uma delicadeza aveludada que traz uma sensação aveludada dos taninos, com ligeira sensação balsâmica e persistência muito boa. Uma bela senhora!
Preço: US$ 41.50
Lagoalva de Cima Syrah 2012
Um dos mais aclamados vinhos elaborados com essa casta em Portugal, traz uma elegância distinta no aroma e potência no paladar. O nariz traz frutas vermelhas e negras com grafite e estrebaria, e em boca mostra mais força, sem exageros, numa potência contida. Fora da curva, mostra porque tem seguidores fiéis!
Dona Isabel Juliana 2012
Um dos maiores candidatos a melhor vinho do Tejo, leva as castas Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Tannat e Syrah para entregar complexidade aromática e muito corpo. Nariz de cerejas, chocolate, mineralidade e floral (violetas), e em boca uma sensação muito sedosa, com taninos bem acabados, persistente, com bom potencial para evoluir. Uma ótima aposta!
Quinta da Lagoalva Late Harvest 2014
Feito com Gewurztraminer e Riesling botritizadas, traz uma acidez elevada muito boa para acompanhar sobremesas cítricas, açúcar em nível compatível, aromas cítricos e resinados, e um final de boca muito saboroso, apetitoso. Há muito tempo não provava um vinho de sobremesa tão bom!
A importação dos vinhos fica a cargo da Mistral, que possui seu próprio site para vendas (www.mistral.com.br). Para conhecer mais sobre a Quinta da Lagoalva de Cima, é só acessar o site www.lagoalva.pt.
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