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Foto do escritorGuto Martinez

O Bad Boy de Bordeaux virou grife

Jean-Luc Thunevin ultrapassa o conceito que ele mesmo criou


Muito se fala sobre os vinhos de Thunevin, o grande responsável por colocar os vinhos de garagem a partir da sua, em Bordeaux, mas sua reputação já ultrapassou o limite de suas propriedades e virou mais-valia em outros produtores e regiões, que foram atrás de seus conhecimentos para alavancar a qualidade da produção.


Thunevin é considerado um novato nos vinhos de Bordeaux, pois apareceu há pouco mais de 20 anos, mas hoje ele é reconhecido como o proprietário do Château Valandraud (a casa dos "vinhos de garagem") com sua esposa Murielle Andraud em Saint Emilion, do Clos du Beau Père e Domanine des Sabines no Pomerol, além do Domaine Thunevin-Calvet no Roussillon, projeto que embarcou após se apaixonar pela qualidade dos terrenos da região com Jean-Roger Calvet, produtor local, em 2000.


Não apenas em seus vinhos podemos verificar a qualidade do seu trabalho: seu conhecimento também é aproveitado nas vinícolas Fleur Cardinale (um Saint Emilion Grand Cru Classé), Château Sansonnet (também Saint Emilion Grand Cru Classé), Château La Vieille Cure (este um Fronsac), tendo já passado pelos Château Marojallia (Margaux), Branon (Graves) e Château La Dominique (Saint Emilion Grand Cru Classé).


O resultado não poderia ser melhor: os vinhos que levam a chancela de Thunevin acabam por ser praticamente uma compra certa, de qualidade superior, com as melhores características das regiões onde os vinhos são produzidos - a maioria, regiões cuja qualidade já não precisa de mais apresentações.


Alguns dos melhores exemplos são seus crémants de Bordeaux (os espumantes) Bad Girl rosé, feito com 100% de Cabernet Franc, e o branco que leva 70% de Semillon, 20% de Cabernet Franc e 10% de Muscadelle, ambos com ótima estrutura e presença em boca; o Présidial Thunevin 2006, com 90% de Merlot e 5% tanto de Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, um vinho maduro mas ainda com frescor, boa estrutura e persistência; o elegante Château Compassant, do qual Thunevin é responsável pela vinificação e que mostra refinamento mesmo com elementos olfativos e gustativos bem marcantes; o delicado mas ainda generoso Château D'Archambeau 2010, de Graves, cheio de ameixas e cassis no nariz com um toque aveludado no paladar; e o envolvente Clos Romanile, um Saint-Émilion Grand Cru de muita personalidade e produção limitada.


Um dos grandes destaques dos vinhos de Thunevin é o seu Bad Boy Gold, um Côtes du Roussillon Villages e mais novo membro da família "Bad Boy", produzido pela primeira vez em 2004 nos solos de xisto negro da região e que, talvez por isso, apresente notas quase minerais no aroma e no paladar. É sem dúvidas um grande vinho, mas que, longe de ser "bad boy", aparenta ter seus elementos bastante comportados para manter um saboroso equilíbrio, com toques picantes e intensos e taninos marcantes.


A lista de vinhos e produtores que levam o toque de Midas de Thunevin é longa, mas um traço é marcante em todos os seus vinhos: o equilíbrio dos elementos que compõem cada um dos vinhos, desde os aromas frutados até as notas características de cada terroir e que demonstram total domínio do manejo das uvas.


Numa região cuja tradição vinícola atravessa os séculos, é impressionante que Jean-Luc Thunevin tenha surgido a partir da venda de vinhos numa garagem para espalhar sua influência a produtores muito mais tradicionais, marcando para sempre a história dos vinhos das regiões onde ele decide ousar com sua rebeldia.


Para conhecer melhor os vinhos de Thunevin, o melhor é visitar a bela Casa do Porto, localizada na Alameda Franca, 1225, em São Paulo. Em breve, a Casa do Porto lançará um novo site que contará com vendas online, portanto é bom ficar atento ao site www.casadoporto.com.


Bad Boy Thunevin

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