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  • Foto do escritorGuto Martinez

Vinho europeu tem futuro pouco animador

Comissão Europeia de Agricultura indica queda na produção e consumo do velho continente


Na última década, a produção vinícola europeia viu um crescimento expressivo de 6,1% ao ano, aliado a um aumento de consumo e de exportações que permitiram o surgimento de diversas vinícolas, muitas delas pequenos produtores em projetos autorais, mas estudos recentemente divulgados pela Comissão Europeia de Agricultura mostram que a tendência é de queda nos próximos dez anos.


O "Panorama Agrícola 2019-2030" mostra que o consumo de vinho na Europa atingiu seu ápice, e o movimento de queda já visto em alguns países deverá continuar, levando ao provável fechamento de diversos pequenos produtores. As exportações, por outro lado, devem continuar a crescer, mas a taxas baixas demais para compensar a contração do mercado interno.


Entre os principais mercados onde deverão ser observadas quedas estão Itália, França, Espanha, Alemanha e Reino Unido, responsáveis por 70% do consumo total. O percentual estimado desse encolhimento, de 0,4% ao ano, é aparentemente baixo, mas que corresponde a quase 150 milhões de hectolitros, já que 80% de todo o vinho europeu é consumido entre os países da União Europeia e Reino Unido. Grande parte dessa perda deve corresponder a pequenos produtores em regiões menos exploradas, já que os vinhos de denominações com maior reputação podem se valer de seu prestígio para manter o consumo, e que também sofrem com a ausência de uma nova geração capaz de levar o empreendimento adiante.


Outras tendências especificadas no relatório incluem uma queda mais expressiva na produção de tintos, com o aumento principalmente de espumantes e vinhos rosés (tendência já adiantada por Vinho e Gastronomia), e um aumento mais tímido das exportações, que agora enfrentam uma concorrência mais feroz do Chile e protecionismo tarifário nos Estados Unidos.


Para o mercado brasileiro, as notícias podem trazer boas novidades: com uma competição mais acirrada pelos novos consumidores, e com o recente aumento do consumo brasileiro que, pela primeira vez, passou dos 2 litros/habitante ao ano, talvez os produtores europeus olhem com mais atenção para o lado sul do Atlântico. Para isso, precisaremos também de uma ajuda da nossa economia, já que o vinho por aqui ainda é tratado como artigo de luxo, inacessível para uma grande parcela da população que ainda não tem acesso a vinhos europeus.

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